15 de setembro de 2012

Alex, o pensador.

  Essa semana o Alex filosofou bonito no Facebook, o post dele merece destaque aqui no blog:

"Demorei um pouco pra entender as relações de trabalho e vida pessoal aqui no Canada.. 

Aqui no Canada não há amor à empresa e sim a FAMILIA. As pessoas nao dão valor ao emprego e sim a profissao (long-term), nao se importam com cargos e sim com oque fazer no final de semana. O trabalho deve ser rápido, objetivo e com um propósito único de favorecer a união da família. Os 
colegas de trabalho não são amigos, não são confidentes, pois são e serão sempre passageiros, oque importa é oque ficará depois que não tiver mais emprego... Ou seja, a sua vida e quem realmente voce é...

Há exceçoes, mas em geral as pessoas nao gostam muito do trabalho e fazem tudo pra sair do escritório o mais rápido possível, por isso enquanto alí estão, procuram fazer tudo o rapidamente (sem tempo pra almocos longos, conversas de corredor e parada para um café) pois qualquer dessas "distrações" atrasam a sua saída para oque realmente importa: ser pai, ser mae, ser amigo, ser filho, ser humano.

Demorei sim um tempo (até longo) pra isso entender... mas acho que agora tudo está ficando mais claro...

Porque você fica no trabalho até as 20h? Será que a desculpa de se livrar do trânsito ainda cola?
Porque você sempre procura programas em que sua família não faz parte (futebol, happy hour, cervejinha com os amigos, pedaladas noturnas, UFC, academia, etc)?"


Agora, completando com minhas palavras, gostaria de ressaltar que não há mal nenhum em fazer as atividades citadas acima, o mal está em você deixar a familia SEMPRE em segundo plano, e sabemos que isso acontece muito.
  As pessoas aqui também praticam esportes e tem vida social, mas procuram sempre que possível  fazer atividades junto com a familia também, e trabalho nunca vem em primeiro lugar.
  Ninguém vive com medo de perder o emprego, a vida é mais estável, e se forem demitidas, achar outro trabalho não é uma tarefa tão difícil quanto no competitivo mercado Brasileiro (varia muito a demanda dependendo da profissão).
  O costume de ficar horas e horas a mais trabalhando aqui não é visto com bons olhos, se você é um bom profissional, é suposto que você termine seu trabalho no horário e vá pra casa descansar, mas claro, a sobrecarga de trabalho é bem menor, tem muitos empregos em que o funcionário é explorado sim, já ouvi histórias bem pesadas e em diversos setores, mas generalizando bem a situação, a realidade aqui é mais humana.
  Li num blog de uma menina que mora no Quebec, queria muito citar a fonte mas não achei mais a autora, ela conta que uma mulher no elevador reclamou pra ela que achava um absurdo a quantidade de horas que tinham que trabalhar aqui, que o governo explorava os canadenses, e ela falou que estava satisfeita pois nunca chegou em casa depois das 8 da noite como no Brasil, que trabalhava até as 16:30 e estava feliz por ter tempo de estar com a familia.
  As pessoas nunca estão satisfeitas, isso é em qualquer parte do mundo, e eu acho isso muito bom, pois quem está satisfeito costuma se acomodar. É necessário planejar e atingir objetivos, mas nunca confundir insatisfação com ingratidão.  O que é aceitável pra uns, pra outros é um absurdo, tudo depende das experiências vividas e os parâmetros usados para medir uma situação.
  Mas, no nosso caso, estamos felizes, adorando algumas coisas, outras nem tanto, nos ajustando a alguns costumes, e a vida segue, como Deus quiser!


Adriana & Alex

Obs.: Obrigada Tatiana por ter deixado nos comentários o link do post que citei acima: http://projetosupernovaquebec.blogspot.com.br/2012/08/no-trabalho-hoje.html

5 de setembro de 2012

Voltando aos estudos! A Profissão de PSW

  Era uma vez um verão...Que tristeza...
 Mas até que enfim inspiração para um novo post! E tempo, principalmente...
  Ontem iniciaram as aulas no Canadá, e eu ainda estou com a nostalgia das férias, a semana na região de Muskoka merece um post a parte com muitas fotos e até dia 10 terei bastante folga pra isso! 
  Bem, a falta de tempo é atribuída ao meu College, estou fazendo um curso técnico de Personal Support Worker, não existe no Brasil, mas seria algo parecido com auxiliar de enfermagem, só que mais voltado ao público idoso. Aqui existem várias casas de repouso e o College é apenas 6 meses se você decidir fazer ele full time, o equivalente a 6 horas e meia por dia.
  Não vou bancar a boa samaritana, esses foram os principais motivos que me fizeram escolher esse curso: rapidez na conclusão do College, bom mercado e boa remuneração, nada excepcional, mas a média é de 15 a 22 dolares por hora, dependendo da experiência e do local que você irá trabalhar.
  No início eu entrei pensando assim mesmo, chega dessa história de correr atrás de sonhos, já tenho trinta e "cof cof cof" anos e o que eu quero é trabalhar e receber meu dinheiro no fim do mês, mas é óbvio que durante as primeiras semanas de aula eu já estava completamente apaixonada pela minha futura nova profissão.
  A idéia surgiu através dos meus trabalhos voluntários nos asilos daqui, eu nem gosto muito dessa palavra "asilo", vamos chamar de casa de repouso, pois de "asilos" esses estabelecimentos não tem nada. No Canadá é chamado de Nursing Home ou Retirement Home, algumas dessas instituições são  privadas mas a maioria delas é pública, a familia paga uma quantia mínima pro idoso ficar morando, mas cerca de 90% da estadia é bancado pelo governo.
   Estou fazendo voluntariado numa intituição mais simples pros padrões daqui, mas todos os velhinhos são tratados com dignidade, os funcionários são alertados a denunciar casos de abuso e desrespeito e são feitas reuniões periodicas com a equipe de enfermagem e a familia do residente.
  Aprendi no curso e nos voluntariados principalmente a não julgar, muitas familias colocam seus idosos nas casas de repouso não por que querem, mas sim porque precisam, por que a única alternativa ou a mais segura é essa, aqui na grande maioria das familias, pai e mãe trabalham, e sustentam seus filhos até o final dos estudos muitas vezes, um idoso sozinho em casa é um perigo muito maior do que se imagina, principalmente se já apresenta sinais de Alzheimer ou algum tipo de demência.
  O professor nos deu uma lista de filmes que tratam de vários assuntos que envolvem o cotidiano de quem trabalha com idosos, como esquizofrenia, esclerose multipla, processo de envelhecimento, morte e luta pela vida. Aqui estão alguns que assisti e adorei, vale a pena conferir:
  • A beautiful Mind - Uma mente brilhante (surpreendente, tema: esquizofrenia)
  • The bucket list - Antes de partir (pacientes com câncer terminal resolvem viver a vida e realizar todos os seus últimos desejos, emocionante)
  • Cast away - Náufrago (um sobrevivente de acidente de avião fica isolado numa ilha e sofre de solidão e demência)
  • Awakenings - Tempo de despertar (médico que estuda o medicamento L-Dopa consegue despertar pacientes em estado adormecido, que querem voltar a viver e recuperar o tempo perdido, um dos mais interessantes da lista)
  Também constam clássicos, como Rain Man e Tomates verdes fritos, e alguns que eu não vi mas foram muito indicados por colegas são: Something the lord made - Quase Deuses, the Notebook - Diário de uma paixão,  e I am Sam - Uma lição de amor.


  Bem, já que acabou o verão, só me resta trabalhar hehe, voltar a rotina e estudar muito pra fazer a prova nacional e conseguir meu certificado de PSW, depois é conseguir um emprego e me dedicar e cuidar dos meus futuros pacientes, uma missão nobre e difícil. O segundo passo é o curso de Recreational Therapist, aprender a lidar com a parte recreacional e ocupar o tempo deles com atividades, mas isso já é assunto pra outro post.
  Pra vocês do Brasil, bom início de primavera, aqui as folhas já começaram a cair, ai ai...

  

3 de abril de 2012

Vale a pena imigrar - algumas respostas


Olá pessoal, como prometido em Agosto de 2011 (já faz tempo hein??!!!).. seguem algumas perguntas que nós mesmos fizemos e ainda estavam sem respostas.. vamos lá...

- Já estão adaptados? Como é viver em um país diferente?
Na verdade a resposta pra essa pergunta é bem ampla pois o certo que para algumas sim estamos adaptados, para outras ainda estamos nos apaptando e para algumas jamais iremos nos adaptar, eu enumero 3 situações que deveríamos (ou não) nos adaptar:


1- Idioma (ingles aqui em Ontário - francês em Quebec): Posso dizer que a adaptação acontece de diversas maneiras, mas o que aprendemos aqui é que nunca será nossa língua e nunca saberemos dizer tudo com as palavras certas e com o primor de detalhes e argumentação que temos no portugues.. há uma expressão em frances que diz assim " Je me débrouille" que diz em outras palavras que "eu me viro na língua". consigo me fazer entender... mas jamais será tão bem quanto se fosse em Português (ou sua língua natal) a não ser que você MERGULHE na língua e faça do seu dia-a-dia um intensivo.. mas assim corre o risco de deixar seu filho (a) mais preguiçoso em manter o seu idioma falado em casa e assim faz com que sua língua nativa seja perdida (nós decidimos que não queremos isso - meio a contra-gosto meu, mas a minha é sempre a última palavra.. vocêm sabem né... sim amor!). Mas sem perder o fio da meada, você a cada dia vai entender melhor oque todos dizem e entendendo melhor os filmes, vai começar sim a entenderem ingles (ou francês) mas na hora de se manifestar (falar) não será totalmente natural e mesmo que viva muitos anos aqui (a não ser que abra mão de sua língua nativa - como eu expliquei) vai sim usar expressãoes mais simples e não vai querer estender muito as conversas pois não terá nunca 100% de certeza que oque você disse foi entendido de acordo com oque quiz dizer. Ou seja, vai sim aprender a conviver com a língua, mas ela será sempre uma "pedra de tropeço" na sua viva. Há quem conteste isso, mas você têm que fazer escolhas, SEMPRE.


2- Clima: Eu digo que estou muito bem adaptado, mas o mesmo não diz a Adriana pois ela sim sente falta do calor, do sol e da praia. Apesar disso, nós que viemos do sul do país (Porto Alegre) sentimos muito menos frio aqui do que lá.. como muitos já disseram, a estrutura para suportar o frio é geral: todas as casas e aptos têm aquecimento (SEM EXCEÇÃO - todas), todas as lojas, metrô, ônibus, praticamente todos os locais cobertos (com exceção das paradas de ônibus onde há uma cobertura de vidro (na maioria delas) para conter o vento, a água é aquecida em praticamente todos os banheiros públicos e TODAS as casas, as roupas são baratas e todos têm acesso a acessórios para se protegerem do frio (luvas, gorros, casacos, etc) até mesmo os mendigos. Na parte da neve, a prefeitura limpa a neve nas principais avenidas antes das 9 horas da manhã aliviando assim o impacto de lentidão nas vias, eles colocam sal após limparem oque evita a acumulação de gelo nas ruas, a meteorologia avisa com muita antecedência em todos os veículos de mídia possível incidência de tempestade de neve (ainda não pegamos em 2 anos aqui, mas realmente complica um pouco mais tudo), os carros são preparados para não falharem ou terem problemas para a partida em dias muito frios (nunca vi problema aqui). Em geral há uma preocupação e prevenção em situações de possível risco e tudo é muito bem preparado para lidar com o frio intenso. Portanto eu diria que a adaptação ao frio é algo pessoal de cada um dependendo de como se relaciona com o clima, mas eu diria que não é o principal problema para a adaptação em um novo país.


3- Saudades da família e amigos: Esse parte realmente pesa pois, apesar de se fazer novos amigos onde quer que você vá, são amigos novos que você têm uma história curta de amizade e portanto você procura ir cuidadosamente (tateando) para entender quais são os valores e coisas que esses amigos gostam e não gostam, até porque não são tantos (95% eu diria serão brasileiros) e você têm que tentar manter pois não há aquela abundância que você tinha no Brasil. Portanto você não terá amigos de infância aqui, pois não viveu sua infância aqui.. é claro... pode ter até amigos daqui (que não sejam brasileiros) mas vai notar que as coisas que gosta, que te faz rir e curtir são elementos que não fazem sentido a eles (o time de futebol do coração, as músicas da juventude, os filmes que você curtia, os desenhos animados, o chaves, a política, o esporte, as mazelas sociais, os problemas econômicos, a roubalheira, o caos na saúde, educação, etc são assuntos que te interessa discutir, mas eles não poderiam acrescentar nada e vão falar de baseball, falam de um tal de "Wayne Gretzky" que você jamais ouviu falar, falam sobre Stanley Cup e sobre temas que você não participou na história deles pois não estava aqui pra isso. Portanto não "dá liga" nessas conversar e isso se torna chato para ambos os lados. Há excessões de "canadenses", oque está cada dia mais difícil de definir que é canadense, que se interessam por assuntos de fora do país e são pessoas mais abertas ao conhecimento mundial e que se pode ter uma relação mais interessante, mas são casos mais raros. No que diz respeito a amigos brasileiros, sim acabamos encontrando alguns, mas acabamos nos identificando mais como poucos, oque é perfeitamente natural. A saudade da família é um dos principais motivos que faz o sonho virar pesadelo e alguns desistirem de viver aqui, no nosso caso, apesar de amarmos nossa família (e Muito), já não tínhamos laços diários com eles a mais de 10 anos, oque facilitou nosso processo de adaptação nessa parte, mas nada que o skype video, MSN, etc não compense em contatos quase que diários, colocamos um numero no Brazil (via skypein) que quando qualquer um nos liga nesse numero local (em POA) nosso telefone toca aqui, isso estreita um pouco o relacionamento e nos faz sentir mais parte de nosso país. É uma barreira sim, mas acreditamos que é perfeitamente superável se, de alguma forma, não há uma dependência muito grande no dia-a-dia com a família mais próxima (mãe/pai/irmãos), se há, eu diria que deve ter um peso grande na decisão, no nosso caso não pesou tanto.


Como é viver em um país diferente?
Eu diria que a retórica é necessária... é DIFERENTE.. como também já foi dito, não é melhor nem pior, é outra realidade, no meu caso em específico, 90% das coisas são melhores quando comparadas com o Brasil, mas isso é muito particular e não pode servir como base estatística. É diferente pois o país têm uma outra história e portanto deve ser entendido sobre um outro ponto de vista, alguns exemplos: Voto não obrigatório, maioria esmagadora da população com curso superior (curso de 2-4 anos pós-secundário considerado curso superior), polícia muito valorizada, respeitada e honesta, professores valorizados, treinados e escola participativa, político não é considerado cargo ou profissão e sim doação de serviços a coletividade, saúde de graça e para todos (não há medicina privada - a não ser tratamentos de beleza e casos especiais), escolas públicas de qualidade superior ou igual ao ensino privado (até o segundo grau de graça), faculdades todas PAGAS (sem excessão) mas há bolsas de estudos para se pagar depois de formados, carga tributária baixa (se comparada com o Brasil - mas aí também é sacanagem né?), leis feitas para serem respeitadas, transito organizado e respeitado, idosos tratados com respeito (acessibilidade a idosos e deficientes em praticamente todos os locais), segurança pública de excelente qualidade, violência baxíssima ou quase inexistente em determinadas áreas (onde moramos - Markham - é um exemplo disso), transporte público de qualidade e extremanente pontual. etc.

Existem também os problemas.. mas desculpe... até o fechamento desse post não me ocorreu nenhum....

Se teve a paciência de ler até aqui.. você já subiu no meu conceito.... obrigado!

Continuo respondendo as questões no próximo post....

Alex Boeira

Momento Mulherzinha: Futilidades Necessárias!

  Faz tempo que queria fazer um post assim, mas nunca dava certo, e às vezes achava o assunto meio boring, e nada a ver com o tema do blog. Mas agora mudei de idéia e resolvi ter um papo de mulher pra mulher, e que me desculpem os homens, mas se quiserem ler, eu deixo.
  Vou deixar o Futilidades Necessárias nos marcadores aí ao lado, e sempre que achar algo de interessante ponho aqui no blog e vcs podem procurar por lá, ok?
  Bem, vamos falar hoje de produtos de beleza por preços irresistíveis. Quando comprei ontem meu "L de Lolita" por pouco mais de C$ 22,00 incluindo as taxas, eu pirei, e me lembrei de como era caro comprar perfumes importados no Brasil, essa belezinha está por R$ 170,00 por lá, dependendo da loja ou site:

L de Lolita na Shoppers Drug Mart
  Onde comprei? Shoppers Drug Mart. Cada Shoppers tem uma prateleira de promoções que anuncia por C$ 19,90 vários perfumes de marcas e tamanhos diferentes, não tem provador, então você precisa conhecer o perfume, e saber garimpar, sempre tem marcas caras que lá estão quase de graça. 

  Uma pechincha que perdi por que por um instante eu tive uma nobre crise moral e pensei: Não, eu já tenho muitos! foi o Burberry Brit, também na faixa de R$ 170,00 no Brasil o de 30 ml. Depois de 10 minutos orgulhosa de mim,  a crise moral passou e minha vontade era de voltar correndo na Shoppers, mas dai eu já estava no carro, e não achei mais ele nas promoções, ai ai... paciência...
  Os dois perfumes que citei tem notas de baunilha, ou seja, são adocicados, mas nada enjoativo, não fazem o estilo Candy, da Prada, o perfume top dos doces no momento, são bem mais suaves. Mas se você gosta de perfumes mais frescos, também tem várias marcas por lá, e em cada loja da Shoppers os perfumes em promoção são diferentes, então vale a pena procurar mesmo, quem sabe o seu queridinho não está na prateleira, só te esperando?

  Outro toque que acho válido é alertar vocês quando vão no Dollarama, lá tem muito mais que Made in China, e a parte de cosméticos pode surpreender, dependendo da loja. Os esmaltes de lá realmente são uma porcaria, tirando os da marca Sally Hansen. Prestem atenção nos vários produtos pra tratamento das unhas por 2 dolares, já comprei esfoliante de cuticulas, fortalecedor de unhas, e também achei cremes da Nivea para rosto e olhos, até meu primeiro Curvex eu comprei lá, rsrsrs, pra mim, até hoje, ele não passa de um instrumento medieval de tortura, mas por C$ 1,50 eu resolvi comprar e me adaptar, afinal, mulher suporta coisa muito pior pra ficar bonita. Na foto tem uma amostra dos produtos que acho por lá, tá ruimzinha mas é só pra provar que existe mesmo.

Batom efeito Mate da Sally Hansen, aprovado!
  E é isso aí, espero ter ajudado as brasileiras que moram no Canadá e que as dicas sejam úteis, apesar da futilidade total rsrsrs, mas a gente gosta taaaanto disso!!! Vou postando aos poucos o que ando achando por aqui. Não é tão difícil assim se acostumar com novas marcas, e aproveitar o preço do que antes era caro, é a melhor parte do garimpo, não acham? 
  

5 de março de 2012

Desapego

  
Recebi algumas semanas atrás o texto Vende-se Tudo de Martha Medeiros no meu email, de uma amiga que está passando por um momento que nossa familia já passou a quase 2 anos, a hora de se desfazer de tudo que não vai na viagem com você, e escolher o que realmente importa.
  Que tarefa difícil, que agonia, veio tudinho na mente como se fosse hoje. Mas lembrei também a lição que aprendi com isso, o que vendemos foi a casa, mas não o nosso lar!
  Depois que conseguimos comprador pro nosso apartamento, começamos a divulgar para os conhecidos que estavamos vendendo tudo, e aos pouquinhos, tudo foi indo embora, exatamente como fala no texto da Martha. Um dia era um brinquedo que a gente doava, no outro dia vinha um amigo do amigo comprar o DVD e aparelho de som, a vizinha vinha verificar o tamanho da cama, e assim devagarinho foi se formando buracos no meu apartamento. Minha filha, com 4 anos de idade, já tinha que escolher o que ficava e o que ia junto. É claro que ela queria tudo, foi bem difícil doar o seu bauzinho de bonecas, procuramos fazer aos poucos, mas criança não é boba, quando sentia falta de alguma coisa, logo perguntava com olhinhos cheios d'água: "Eu tenho que dar tudo isso mamãe? Não posso ficar com nada?" Procurava acalmar e explicar que logo a gente teria tudo de volta, nem sempre funcionava...

  Chegou o dia da mudança, pedimos para os compradores retirarem as coisas mais importantes na sexta ou no sábado, quando estariamos indo ao hotel que seria nossa casa até o dia de ir embora, e logo cedinho começou o entra e sai.
  Como uma flor, minha casa estava sendo despetalada, peça por peça, móvel por móvel, e o vazio aumentava cada vez mais. Bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer, o último a sair foi o fogão, que doamos para uma familia que realmente precisava: "Deus lhe pague! Muito obrigado pelo fogão." falou o moço todo agradecido. Ele já está me dando muito mais que mereço, pensei.
  Alguns móveis que sobraram ficou pro pessoal que trabalhava no condomínio, e fiquei feliz de ter ajudado um pouquinho gente tão boa.
  Colocamos as últimas sacolas no porta malas, o Alex ligou o carro e começamos a chorar, estavamos deixando pra trás uma vida feliz, rumo ao inesperado, era o fim de um ciclo, as voltas que o mundo dá, e nós estavamos tontos, o mundo naquele momento estava em rotações anormais.
  Mas como falei, vendemos a casa, não o lar, levamos conosco a nossa união, o nosso amor e os nossos sonhos e expectativas, deixei algumas coisinhas pra buscar mais tarde, mas nada que me fez tanta falta até conseguir voltar ao Brasil. Algumas pessoas nos diziam: "Eu não conseguiria fazer o que vocês estão fazendo", e realmente, acredito que nem todos estão preparados a largar tudo e recomeçar em outro canto do mundo. Não seria uma experiência só para os fortes, mas sim só para os desapegados, os que entendem que a vida é muito mais que TER, a vida é SENTIR e AMAR, e apenas isso.
  Hoje me pergunto, será que faria tudo de novo? Eu acho que sim... Afinal, aos poucos a gente vai aprendendo a deixar a mala cada vez menor, pois o coração cresce, e o que mais importa cabe nele direitinho.



3 de fevereiro de 2012

Smart Choice Canada, onde tudo começou!

Vista da Toronto Island
   Hoje vou contar aqui no blog como foram nossos dias de turistas em Toronto, e como conhecemos a Smart Choice Canada, agência fundada por Samira Raouda, Brasileira que mora a mais de 22 anos no país.
  Em 2007, nossos planos de vir morar no Canadá estavam martelando mais do que nunca, e a gente queria muito conhecer um pouco do país antes de vir definitivamente para cá. O desafio de falar inglês diariamente e enfrentar o frio negativo todos os anos eram nossos maiores medos.
  Não eramos alunos de intercâmbio, eramos um casal com uma menininha de dois anos, não procurávamos curso de inglês, e sim um lugar em que pudéssemos conhecer o cotidiano Canadense, e não apenas os pontos turísticos, queriamos voltar pro Brasil com a certeza de que morar no Canadá seria uma boa troca.
Assistindo um jogo de baseball
  Depois de muito pesquisar hotéis, pois achavamos que agências de intercâmbio não iriam nos oferecer o que estávamos procurando, o Alex achou o site da Smart Choice, e nele apareciam fotos da familia da Samira e dos estudantes que ela recebia do mundo todo, uma agência pequena mas com experiência, e um ambiente no qual nos identificamos, resolvemos ligar.
 
Fernando, Rebecca e Ana Luiza em 2007
  Logo no primeiro contato, a Samira esclareceu várias dúvidas e ofereceu um pacote com valores mais atraentes que os hotéis da região, iriamos alugar um quarto na casa dela, exatamente como outros estudantes fazem, seria algo bem mais próximo da realidade Canadense do que ficarmos num hotel.
  O fato de não ter escritório físico no Brasil não atrapalhou em nada, ela ofereceu referências, mas nem entramos em contato, fazendo pesquisas pela internet foi o suficiente para confirmar que a empresa realmente existia, aliás, as pequenas agências de intercâmbio que não possuem escritório no Brasil estão espalhadas pelo mundo, e a vantagem de você ter um atendimento mais personalizado é maravilhoso, principalmente para nós, que eramos um caso atípico.

Time de baseball do Fernando 2007
   Chegamos em agosto, e aproveitamos o verão e as férias Canadenses ao lado da Familia, íamos ao jogo de baseball, apresentações de dança e aula de natação das crianças, conhecemos as piscinas públicas e assisti minha primeira missa em inglês, andamos de metro, ônibus e também alugamos um carro por alguns dias, e claro, os pontos turísticos de Toronto são irresistíveis, não dá pra ficar sem ir na Toronto Island, CN Tower e China Town, um pedacinho da China nesse país imenso de imigrantes.
  Tudo foi muito melhor que esperávamos, e somos muito gratos pela hospedagem e pela aula de "cotidiano Canadense" que a Samira nos ofereceu, eramos clientes diferentes, pois ela recebe mesmo é estudantes e os hospeda não só na casa dela mas em vários lares Canadenses de diferentes cidades, mas nós demos a sorte de conseguir um quarto na casa dela, e ela pode pessoalmente nos ajudar em todo roteiro de férias.
Bairro Português e CN Tower ao fundo

CN Tower, visitem o glass floor e o restaurante 360º

Niagara Falls

Nós na estação Kipling do Subway

A foto do Tim Hortons não pode faltar rsrsrs

Em frente a Our Lady of Peace, nossa primeira missa em inglês
    Cinco anos se passaram, hoje moramos em Markham, depois de 1 ano morando em Toronto, e a amizade continua. Sinto que nosso destino era o Canadá, não importa em qual circunstância a gente viesse conhecer o país, mas com a ajuda de uma familia expert no assunto, tudo ficou mais fácil e bem mais divertido!
OBRIGADA A TODOS DA SMART CHOICE CANADA!

Site da Agência: http://www.sctoronto.com/
Assistam o vídeo da SCC, e não deixem de ver a Rebecca falando em Francês, Inglês e Português:
http://www.sctoronto.com/videos.aspx

E Já que eu me empolguei aí vai mais duas fotos da CN Tower, olha eu de cabelão loiro e a Aninha bebê!!!

Morri de medo de tirar essa foto, olha o sorriso tenso!

Alex, Aninha e o Moose
   Agora acabou, pode deixar um comment, rsrsrs!

19 de janeiro de 2012

Esse blog estava de férias!

  Voltamos do Brasil. Bem, voltamos dia 3, mas tava dando uma preguicinha de escrever...
  Mas vamos lá, chega de férias né, foi tudo muito bom, mas estou de volta, e essas férias no Brasil me fizeram pensar muito nos motivos de estar aqui.
  A gente volta triste, cansados de tanta despedida e choro, a distância é algo que machuca, mas voltar tem seu lado bom!
  Fazia 1 ano e meio que não ia pro Brasil, parece pouco tempo, mas muita coisa acontece nesse periodo, ouvi músicas novas no repertório Brasileiro, muitos desses sucessos são até motivo de piada na internet, e o "ai se eu te pego" pega a gente mesmo, é dificil tirar essa musiquinha da cabeça! Rsrsrs!
   Porto Alegre e São Paulo são capitais que sempre estão em crescimento, então muita coisa nova apareceu nessas cidades, desde pintura até novas construções em vários cantos, os pequenos detalhes não me fugiam aos olhos, a saudade faz a gente observar muito mais coisas, e o que era rotina se transformou em descoberta, e qualquer mudança era motivo de riso ou espanto!
  Em Porto Alegre curti momentos maravilhosos ao lado da familia e amigos de infância, gente que eu vi crescer,  e que me viram também, agora acompanhamos o crescimento dos filhos, e sempre é muito bom relembrar antigas histórias e morrer de rir de fatos do passado. (Gurias de Poa, alguém tirou alguma foto?)  Os sabores, os aromas, tudo pode ser descrito como num conto literário, de tão emocionante que se torna o simples fato de comer algo que você comia sempre, e nem tinha mais gosto!

Natal em Familia, não tem preço!

  Em São Paulo, fomos reencontrar grandes amigos que fizeram toda a diferença nesses 10 anos morando nessa cidade grande, louca, amada por uns, detestada por outros, mas que sempre deixa saudades, foram 10 anos em que somos muito gratos a São Paulo, não somente a cidade, mas todos os Paulistanos, que fizeram a diferença!

Nem todos estão nessa foto, mas podem ter certeza que estão todos no coração
   Não sou apegada a lugares, mas sim as pessoas, e o que faz o Brasil ser tão saudoso pra mim é tudo isso, essas recordações tão gostosas de guardar. Ah sim, e o calor também, sou doida por uma praia, e vim parar no meio do gelo, mas fazer o que né? Existem razões de estar aqui!
  Razões que só aumentaram, quando pude comparar o que é uma vida segura, uma cidade sem violência e bem organizada, uma sociedade mais justa. Eu, tão acostumada com a desigualdade social, chorei ao ver um menino pedindo moedas no farol, xinguei cada buraco nas estradas, e tive muito medo ao andar em ruas que antes nem eram tão assustadoras.
  Não me venham falar que a violência nem tá tão grande assim, porque tá, posso citar casos na familia e entre amigos que foram vítimas ou quase de assalto a mão armada ou arrastão, eu não assisti noticiário Brasileiro um dia sequer, senão daí sim o medo iria vir com tudo,  o que me falaram foi ao vivo e a cores, e não pelo Jornal Nacional, o Brasileiro ainda vive com muito medo.
  Eu me senti diferente, medrosa demais, e bem mais crítica, é visível a falta de segurança e educação do povo, a bagunça dos transportes públicos, das filas do metrô, e do transito caótico que virou uma guerra entre pedestres e motoristas. Tô exagerando? Não, infelizmente. O que eu vi de gente atravessando sem a menor segurança, simplesmente correndo, como a galinha do jogo Freeway da Atari, fora as carroças que vimos, ou o rastro de bosta que o cavalo deixava.


  E sinal de luz então? Gente que raiva! Até achamos engraçado no primeiro que ganhamos, se você tenta seguir a velocidade das placas, ou dirigir com distância segura, vai ser vencido pela insistência e falta de educação de outros motoristas com pressa.
  É o ambiente contaminado que transforma o comportamento das pessoas, e isso não é da noite pro dia que muda. O Brasil já é a sexta maior economia do mundo, mas ainda é muito pobre de espírito, é aquele novo rico, que ainda não adquiriu classe. 
  Felizmente com o crescimento econômico existe sim a tendência de melhorar, quem sabe agora sobra dinheiro pra investir na educação, e ela possa ser expressada no dia a dia, com simples e mágicas palavras de por favor e obrigado, com respeito maior as leis, no "não furar a fila, e esperar a sua vez", e principalmente, tirando nossas crianças das ruas, e proporcionando algo mais que moedas.
  Sou Brasileira e amo sim meu país, é por isso que reclamo tanto, mas, voltar agora Brasil, não dá.